Breves Respostas para Grandes Questões - Resenha crítica - Stephen W. Hawking
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Breves Respostas para Grandes Questões - resenha crítica

Breves Respostas para Grandes Questões Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Tecnologia e Inovação e Ciência

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Brief answers to the big questions

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-510-0432-6

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

Deus existe?

Se você aceita, tal como Hawking, a imutabilidade das leis naturais, nesse caso, não levará muito tempo a se questionar: qual é o papel que deus desempenharia? Trata-se de uma parte essencial de um dos conflitos mais antigos, qual seja, a contradição entre religião e ciência.

Nesse sentido, deus poderia ser definido como uma espécie de encarnação das leis naturais. Todavia, a maioria das pessoas não pensa assim. Muitos se referem a um ser parecido ao homem, com o qual é possível estabelecer um relacionamento.

Ao observarmos que a vida humana é acidental e insignificante diante da vastidão do universo, essa ideia parece extremamente implausível. Dessa forma, o autor utiliza a palavra “deus” no sentido impessoal, a exemplo do que Einstein fazia em relação às leis da natureza.

Portanto, conhecer a mente divina significa conhecer as leis naturais. A previsão de Hawking é que conheceremos a “mente divina” até, no máximo, o fim do presente século.

A única área que restou para a religião reivindicar para si consiste nas questões da origem do universo. Porém, mesmo nesse campo, o conhecimento científico tem feito grandes progressos e não demorará a disponibilizar respostas definitivas.

Podemos prever o futuro?

A resposta mais breve é, simultaneamente, sim e não. As leis da física, em tese, permitem efetuar a previsão do futuro. A despeito de a mecânica quântica gerar incertezas quando nos dedicamos a descobrir a velocidade e a posição, ela nos permite prever, precisamente, uma combinação entre velocidade e posição.

Contudo, mesmo tal grau de certeza vem sendo ameaçado por descobertas recentes. Isso ocorre porque a gravidade tem o potencial de dobrar o espaço-tempo, de modo que existem regiões no espaço que são inobserváveis. Essas regiões são, justamente, o interior de buracos negros.

Dito de outra forma, não podemos, em princípio, analisar as partículas que existem dentro deles. Não há meios de mensurar suas velocidades ou posições. Dessa forma, resta investigar se esse fato introduz (ou não) uma nova imprevisibilidade ao lado daquela encontrada nos cálculos da mecânica quântica.

A visão clássica era a de que o movimento futuro de partículas seria totalmente determinado quando o observador soubesse suas velocidades e posições em um dado momento.

Essa perspectiva teve que ser alterada quando Heinsenberg desenvolveu o princípio da incerteza, isto é, a impossibilidade de conhecer simultânea e precisamente a velocidade e a posição de uma partícula.

Contudo, ainda permaneceu sendo possível a previsão de uma combinação entre velocidade e posição. Mas, essa limitada previsibilidade poderá desaparecer se considerarmos a existência dos buracos negros e a colonização do espaço.

Deveríamos colonizar o espaço?

Para colonizarmos o espaço há, segundo Hawking, enormes desafios. A impulsão das naves ou módulos espaciais é apenas um deles. Por exemplo, um laser com cerca de 1 gigawatt de potência seria capaz de fornecer alguns poucos newtons de impulsão. 

Todavia, uma nanonave pode compensar isso devido ao fato de que sua massa total não passa de alguns gramas. Nesse cenário, os desafios da engenharia são incomensuráveis.

A nanonave necessitaria ser capaz de sobreviver a uma aceleração extrema, ao vácuo, ao frio e, também, aos prótons, assim como a eventuais colisões com a matéria especial. Ademais, concentrar diversos lasers (no total de 100 gigawatts) em suas velas solares representaria, por si só, um desafio adicional, dada a turbulência atmosférica.

Como combinar tantos lasers a partirdos movimentos da atmosfera, propelindo as naves sem incinerá-las e apontando-as na direção correta? Depois, seria preciso assegurar o funcionamento da nanonave por 20 anos em um vácuo congelante, a fim de transmitir sinais ao longo de 4 anos-luz de distância.

Esses problemas são de ordem técnica e os desafios da engenharia tendem a ser superados paulatinamente. Enquanto a tecnologia dos projetos especiais amadurece, há outras missões empolgantes que podem ser imaginadas.

Ainda que um conjunto menos potente de lasers seja utilizado, o tempo necessário para completar a viagem até outros planetas, fora do nosso sistema solar e rumo ao espaço interestelar, seria vastamente reduzido. Não se trata, obviamente, de viagens interestelares tripuladas, mesmo que as naves em questão pudessem ser projetadas na escala humana.

Com efeito, seria impossível pará-las. Porém, a cultura humana já teria chegado a um estágio interestelar quando, por fim, alcançássemos algum lugar na galáxia. Caso encontremos um planeta localizado, por exemplo, no sistema de Alpha Centauri, suas imagens capturadas por câmeras viajando a 1/5 da velocidade da luz poderá ficar ligeiramente distorcida, graças aos efeitos da chamada “relatividade especial”.

A hipótese levantada por Hawking representaria a primeira vez na história em que uma espaçonave seria capaz de se deslocar com velocidade suficiente para a observação de tais efeitos. Na prática, as teorias de Einstein são cruciais para qualquer missão espacial.

Sem elas, não disporíamos de lasers e, tampouco, da possibilidade de efetuar os cálculos imprescindíveis para a transmissão de dados, registros de imagens e orientação por cerca de 40 trilhões de km a 1/5 da velocidade da luz. 

Colonizar outros planetas não é um assunto restrito às obras de ficção científica e, dentro de pouco tempo, pode se tornar um fato científico. A espécie humana existe como tal há, pelo menos, dois milhões de anos.

O período histórico que convencionou-se chamar de “civilização” começou há uns dez mil anos e a dinâmica de desenvolvimento tem se expandido constantemente. Estamos, segundo o autor, vivenciando o início de um novo tempo.

A viagem no tempo é possível?

Ao se dobrar em proporção quase suficiente para permitir viagens ao passado, o espaço-tempo permite que partículas virtuais cheguem perto de se converter em partículas reais, isto é, que seguem trajetórias fechadas.

Dessa forma, tanto a densidade quanto a energia das partículas virtuais ficam muito grandes, inviabilizando quaisquer possibilidades concretas para as viagens no tempo. Contudo, todas as questões de dobras temporais e espaciais ainda estão, para o autor, em seus estágios iniciais.

De acordo com a teoria-M, uma forma de unificar a teoria das cordas e nossa melhor esperança de articular a teoria quântica com a relatividade geral, o espaço-tempo deveria possuir 11 dimensões, e não somente as 4 que podemos perceber.

A ideia mais aceita é que 7 dessas 11 dimensões encontram-se recurvadas em um espaço tão restrito e pequeno que é impossível notá-las. As 4 dimensões restantes, por outro lado, são razoavelmente planas e dizem respeito ao que entendemos pelo conceito de espaço-tempo.

Caso esse quadro esteja correto, pode ser possível conseguir que as 4 direções planas se combinem às 7 direções muito dobradas ou recurvadas. Embora ainda não saibamos o que surgiria dessa mistura, a ideia fomenta possibilidades incríveis.

Segundo o atual entendimento, as viagens no tempo e as viagens espaciais rápidas não podem ser descartadas. Elas gerariam problemas enormes de lógica, porém, não há motivos para se desesperar, uma vez que a teoria-M é altamente promissora, fruto de uma inteligência que, talvez, possa ser superada.

A inteligência artificial vai nos superar?

Embora as formas mais primitivas da inteligência artificial (IA) que já foram desenvolvidas sejam muito úteis, Hawking não se mostra particularmente otimista com a possibilidade de criarmos algo que seja capaz de superar ou se igualar a nós.

Nesse quesito, sua maior preocupação é a de que a inteligência artificial assuma o controle, reformulando o seu próprio design em ritmos cada vez mais acelerados. Enquanto limitados por uma lenta evolução biológica, não seríamos capazes de competir e, logo, seríamos substituídos.

A IA, no futuro, poderia desenvolver uma vontade própria, entrando em conflito com a vontade humana. Há quem creia que os seres humanos poderiam dominar os ritmos das inovações tecnológicas por períodos razoavelmente longos.

Essas pessoas consideram que o potencial da inteligência artificial para solucionar inúmeros problemas se concretizará. Nosso autor, porém, não está certo disso. Nossa inteligência caracteriza-se pela capacidade de se ajustar às mudanças. Este é o resultado de uma longa seleção natural.

Desse modo, não deveríamos temer as transformações, mas, somente, assegurar que elas operem a nosso favor. Todos têm um papel a desempenhar para evitar que as próximas gerações contem com a chance e a determinação necessária para nos dedicarmos plenamente aos estudos científicos, a fim de consumar o nosso potencial e criar um mundo cada vez melhor para o conjunto da espécie humana.

Devemos levar os aprendizados para além das discussões teóricas a respeito de como a inteligência artificial deve ser e garantir o planejamento adequado de como ela pode vir a ser. Hawking demonstra certeza inabalável de que somos capazes de transcender as fronteiras da convencionalidade e pensar grande.

Com tecnologias mais potentes, como a IA avançada, a biologia sintética e as armas nucleares, devemos planejá-las com toda a antecedência possível, a fim de não perdermos as oportunidades únicas que a história colocará diante de nós.

O futuro da humanidade é uma luta entre o crescimento da tecnologia e a nossa sabedoria ao utilizá-la. Precisamos garantir, a todo custo, que a sabedoria triunfe.

Notas finais

Nunca saberemos de onde virão as próximas grandes descobertas científicas ou quem serão os responsáveis por elas. Conferir acesso ao espanto e à emoção da revolução científica, criando formas inovadoras de alcançar os jovens, elevará significativamente as nossas chances de encontrar e, também, de inspirar novos Einsteins e Hawkings, estejam eles ou elas onde estiverem.

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Quem escreveu o livro?

Stephen William Hawking é um físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade. Doutor em cosmologia, foi professor lucasiano de matemática na Universidade de Cambridge, onde é professor lucasiano emérito, um posto que foi ocupado por... (Leia mais)

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